Pedagogia

Pedagogia

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O que é cibercultura?


O papel do blog na formação de professores.

O papel do blog nas formações de professores do ProInfo foi o tema da monografia de Camila Sanches de Carvalho, apresentado ao curso Mídias na Educação, no dia 4 de maio de 2013. Para a professora Camila, os blogs podem ser uma estratégia válida na formação continuada de professores, favorecendo o uso do mesmo nas práticas pedagógicas.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Alfabetização e letramento.


A colaboração na/em rede

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – DCHL
CURSO PEDAGOGIA

Alcides de Jesus França


A colaboração na/em rede
(Lynn Alves / Ricardo Japiassu / Tânia Maria Hetkowski)


“Estamos interconectados com o mundo. É essa a sensação que temos ao sermos bombardeados de informações que são veiculadas pelas diferentes mídias impressas, sonoras, televisivas e telemáticas”.

“Ainda segundo ele, as pessoas nas comunidades virtuais fazem quase tudo o que as pessoas fazem na vida real, mas deixam para trás nossos corpos. Estes ambientes, que surgem na década de 1970, são potencializados hoje pela Internet, caracterizando uma nova forma de viver que, no dizer de Turkle, [4] seria a "vida na tela"”.


“Por vezes, é sozinhos que navegamos em oceanos virtuais, desvendamos mistérios virtuais e projetamos arranha-céus virtuais. Porém, cada vez mais, quando atravessamos o espelho, deparam-se-nos outras pessoas”.


“Na perspectiva cultural de interpretação do desenvolvimento humano portanto é a partir das complexas interrelações sociais (microgênese) e históricas (macrogênese), obrigatoriamente MEDIADAS pelo uso instrumental das ferramentas e signos ao longo da filogênese (percurso evolutivo inter-espécies) e da ontogênese (percurso desenvolvimental intra-espécie), que se criam enfim as condições materiais e imateriais para a co-laboração das funções psíquicas "superiores" ou funções psíquicas culturais (a mnemotécnica, a imaginação criadora, a percepção descolada do campo perceptivo sensorial do sujeito, o pensamento verbal, por exemplo”).

“Os saberes práticos, as (in)formações e os conhecimentos empíricos e científicos co-laborados e em co-laboração pelo sujeito só podem ser viabilizados unicamente através da MEDIAÇÃO CULTURAL (ferramentas e signos) - que interpõe-se necessariamente entre TODAS as suas interações sociais nos diferentes coletivos (nível interpsíquico) nos quais ele/ela atua e com os quais dialoga e se relaciona”.

“Os mecanismos subjacentes às suas representações sociais são intensamente penetrados pelos interesses, ideologias, dilemas, conhecimentos, crenças, persuasões e outros vários fatores”.

“Portanto, as TIC entram na escola como dispositivos técnicos e as práticas pedagógicas continuam pautadas em velhos paradigmas, apenas com uma diferença: retira-se a centralidade do professor transferindo-a para as TIC”.

“Essa transferência é preocupante, sendo imprescindível discutirem-se possibilidades de inversão da lógica perversa desta hierarquia vertical dominante, para superar-se assim a "passividade" na apropriação de saberes”.

“A educação on-line baseada no aprendizado co-laborativo - que toma o aluno como eixo das intervenções pedagógicas, responsabilizando-o por seu próprio aprendizado - revela existir uma grande dificuldade por parte dos aprendizes em sustentarem, ao longo do tempo de duração dos cursos, o seu desejo de saberem mais e melhor como "aprender a aprender" [10] Promover o auto-aprendizado e portanto o pensamento crítico do sujeito - no sentido de fazê-lo ir além do senso comum - tem ocasionado, com alguma freqüência, a emergência de uma nova categoria "estatística" nos processos formais de EaD: os "evadidos on-line”."

“Por que é tão difícil professar as nossas concepções, dizer dos nossos desejos? Essa dificuldade em ousarmos ser autores dos nossos próprios enunciados, em nos "autorizarmos" pode, de fato, estar relacionada ao tipo de educação que tivemos oportunidade de vivenciar em nossas vidas”.

“A co-laboração portanto implica o desenvolvimento de processos interacionistas que visam encorajar os sujeitos a atuarem em conjunto para a construção de diferentes conhecimentos e saberes, enfatizando a co-autoria (DIAS)”.

“A interatividade pressupõe amplas possibilidades de imersão, navegação, exploração e conversação oferecidas pelos suportes para a comunicação na/em Rede, privilegiando um tratamento visual enriquecido e "recorporalizado", em contraponto a um visual retiniano (linear e seqüencial), que recompõe uma outra hierarquia do sensível (COUCHOT). Assim, instaura-se uma "nova" lógica - que rompe com a linearidade, com a hierarquia, para dar lugar a uma lógica heterárquica, rizomática, hipertextual”.

“Muitos avanços no uso do terceiro tipo de interatividade porém vêm ocorrendo no universo da arte tecnológica e de áreas específicas de pesquisa - como a robótica e a realidade virtual (RV). Entretanto sua ampla utilização pedagógica ainda é em grande parte limitada devido a problemas na velocidade de transmissão de dados numa rede como a Internet”.

“A escola do trabalho [Escola Nova] é a escola em que a atividade é aproveitada como um instrumento ou meio de educação ... [o método escolanovista] baseou toda a educação na atividade criadora e pesquisadora do aluno, estimulada pelo interesse, que, permitindo desenvolver-se o trabalho com prazer, lhe dá o caráter educativo de que deve revestir-se na escola “.

“Espinosa resume esses três pressupostos da atividade colaborativa ao afirmar que “o trabalho colaborativo exige dos participantes habilidades comunicativas; técnicas interpessoais; relações simétricas e recíprocas; desejos de compartilhar a resolução da tarefa (responsabilidade individual no alcance do êxito do grupo)”.”



As tendências pedagógicas/comunicacionais da docência oline no mundo contemporâneo. (Maria da Conceição Alves Ferreira)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – DCHL
CURSO PEDAGOGIA

Alcides de Jesus França


FERREIRA, Maria da Conceição Alves. As tendências pedagógicas/comunicacionais da docência oline no mundo contemporâneo. Práxis Educacional, Vitoria da Conquista, v. 9, n. 14, p. 161 – 175, 2013.

Fichamento

“A docência, por meio do uso da tecnologia digital e, particularmente, da internet, está contribuindo sobremaneira no crescimento dos processos educativo/formativos e comunicacionais, pois exige “um pensar junto” e não apenas um “penso” na lógica do falar/ditar, um/todos. Dessa forma, acrescenta desafios e novas perspectivas para os meios formativo/ educativos através da educação e da docência online, tornando os atos pedagógicos paradoxalmente mais complexos”.

“Podemos dizer, então, que são notórios, a partir da metade dos anos 1990 até os dias atuais, o crescimento e a oferta de cursos online que ocupam espaços presenciais e virtuais”.

“No universo da educação superior no Brasil, na época da publicação da LDB, 1998, apenas a Universidade Federal do Mato Grosso oferecia um curso de graduação à distância, em caráter experimental, direcionado para a formação de professores do ensino fundamental da rede pública, além de outras ofertas no formato de cursos de extensão”.

“O crescente desenvolvimento da cultura tecnológica, ligado à emergência das tecnologias de comunicação e da informação, recoloca em pauta o debate sobre o papel da educação na formação dos sujeitos e da docência enquanto prática social”.

“O fato de ser online não significa que esse curso promova a educação online, pois, de acordo com seus princípios de participação/ intervenção, hibridação e permutabilidade, a interatividade é um aspecto fundante – embora percebamos que o autodidatismo se torna cada vez mais presente, principalmente em capacitações profissionais”.

“A proposta de inclusão de disciplina dedicada ao ensino e aprendizagem de forma virtual foi inaugurada pela possibilidade oferecida pela LDB 9.394/96 (BRASIL, 1996) e pela Portaria n. 4.059, de 10 de dezembro de 2004, desde que não ultrapasse 20% da carga hora horária total do curso”.

“Percebemos também que as políticas, propostas institucionais e experiências são diversas e que o que vai determinar esse ou aquele modelo poderá ser a escolha de indicadores, tais como: contexto social, político, econômico, tecnológico, científico pedagógico e comunicacional”.

“O ato de ensinar, assim como o de aprender, está presente na vida humana desde os tempos mais remotos, pois, para sobreviver nas adversidades do mundo dito primitivo, o homem/mulher precisava desenvolver habilidades como caçar, proteger-se do frio, do calor, comunicar-se, entre outras”.

“Uma proposta de formação pedagógica para a docência online ainda precisa amparar-se em pressupostos comunicacionais dialógicos, pois o que caracteriza a comunicação como diálogo é o ato comunicativo, de comunicar, comunicando-se”.

“Muitas são as instituições públicas e privadas que estão ofertando cursos de graduação, pós-graduação e na modalidade extensão no contexto brasileiro”.



Sala de aula interativa: a educação presencial e à distância em sintonia coma era digital e com a cidadania.


UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – DCHL
CURSO PEDAGOGIA

Alcides de Jesus França

SILVA, Marcos. Sala de aula interativa: a educação presencial e à distância em sintonia coma era digital e com a cidadania. INTERCOM, Campo Grande, 2001.

Fichamento

“Vivemos a transição do modo de comunicação massivo para o interativo. Um
processo em curso de reconfiguração das comunicações humanas em toda sua amplitude. No universo tecnológico temos a emergência do dispositivo “conversacional” “.

“O usuário pode ouvir, ver, ler, gravar, voltar, ir adiante, selecionar,
tratar e enviar qualquer tipo de mensagem para qualquer lugar. Em suma, a interatividade permite ultrapassar a condição de espectador passivo para a condição de sujeito operativo”.

“Seja lá o nome que se dê, era digital, cibercultura, sociedade de informação ou
sociedade em rede, o fato é que em nosso tempo a interatividade é desafio não só para os gestores da velha mídia, mas para todos os agentes do processo de comunicação”.

“A inquietação é visível entre empresários e programadores de tv quando os
mais antenados anunciam que daqui a dez anos vai parecer absurdo ter um aparelho de tv em casa pelo qual não se possa enviar nada, apenas receber”.

“Eles percebem que um programa interativo na tv deve permitir que os
telespectadores definam o rumo que ele toma, que a passividade da tv significa perda progressiva de audiência, e que o espectador tende a permanecer ligado ou conectado se puder participar da programação”.

“A inquietação dos empresários e programadores de tv diante da interatividade não encontra eco na escola e nos sistemas de ensino. É preciso despertar o interesse dos professores para uma nova comunicação com os alunos em sala de aula presencial e virtual”.

“Muitos educadores já perceberam que a educação autêntica não se faz sem a
participação genuína do aluno, que a educação não se faz transmitindo conteúdos de A para B ou de A sobre B, mas na interação de A com B”.

“No entanto, esta premissa ainda não mobilizou o professor diante da urgência de modificar o modelo comunicacional baseado no falar-ditar do mestre que se mantém inarredável na era digital”.

“Na sala de aula presencial prevalece a baixa participação oral dos alunos e a
insistência nas atividades solitárias. Na educação à distância via tv o perfil comunicacional da “telessala” ou da “teleaula” se mantém em grande parte centrado na lógica da distribuição, na transmissão massiva de informações ou “conhecimentos””.

“Portanto, seja na sala de aula “inforrica” (equipada com computadores ligados à Internet), seja no site de educação à distância, seja na “telessala”, seja na sala de aula INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação –Campo Grande /MS –setembro 20014 “infopobre”, é preciso ir além da percepção de que o conhecimento não está mais centrado na emissão”.

“O termo apareceu na década de 1970 no contexto da crítica à mídia unidirecional evirou moda a partir de meados dos anos 80 com a chegada do   computador com múltiplas janelas (windows) em rede. Janelas que não se limitam à transmissão. Elas permitem ao usuário adentramento labiríntico e manipulação de conteúdos”.

“É o caso, por exemplo, de softwares, de programas de tv ou mesmo de escolas e cursos que são divulgados como interativos, mas que na verdade adotam o adjetivo apenas como excelente argumento de marketing que faz engolir a pílula”.

“E quanto às escolas e cursos via web (e-learning) que se autointitulam interativos, o que se tem na verdade é a sala de aula aparelhada com computadores, internet, tecnologia 3D (capacete com óculos e fone)
servindo principalmente para intensificar e modernizar o velho modelo da transmissão, ou o site estático que disponibiliza textos para a leitura livresca e não dispõe de recursos para intervenção nos conteúdos, para co-criação, aprendizagem colaborativa”.

“Interatividade é um conceito de comunicação e não de informática. Pode ser
empregado para significar a comunicação entre interlocutores humanos, entre humanos e máquinas e entre usuário e serviço”.

“O receptor não está mais em situação de recepção clássica. A mensagem só toma todo o seu significado sob a sua intervenção. Ele se torna, de certa maneira, criador. Enfim, a mensagem que agora pode ser recomposta, reorganizada, modificada em permanência sob o impacto das intervenções do
receptor dos ditames do sistema, perde seu estatuto de mensagem ‘emitida’. Assim, parece claramente que o esquema clássico da informação que se baseava numa ligação unilateral emissor-mensagem-receptor, se acha mal colocado em situação de interatividade”.

“De fato, o computador se encontra diretamente associado ao termo exatamente porque na sua memória imagens, sons e textos são convertidos em bits de modo a sofrer qualquer tipo de manipulação e interferência, sem degradação ou perda da informação”.

“Esta concepção de arte ou “antiarte”, como preferia Oiticica, inconcebível fora da perspectiva da co-autoria, tem algo a sugerir ao professor. Mesmo estando adiante dos seus alunos no que concerne a conhecimentos específicos, propor a aprendizagem na mesma perspectiva da co-autoria que caracteriza o parangolé”.

“O professor propõe o conhecimento. Não o transmite. Não o oferece à distância para a recepção audiovisual ou “bancária” (sedentária, passiva), como criticava o educador Paulo Freire”.

“Ele propõe o conhecimento aos estudantes, como o artista propõe sua obra potencial ao público. Isso supõe, segundo Thornburg & Passarelli, “modelar os domínios do conhecimento como ‘espaços conceituais’, onde os alunos podem construir seus próprios mapas e conduzir suas explorações, considerando os conteúdos como ponto de partida e não como ponto de chegada no processo de construção do conhecimento”.

“O aluno não está mais reduzido a olhar, ouvir, copiar e prestar contas. Ele cria, modifica, constrói, aumenta e, assim, torna-se co-autor”.

“Uma pedagogia baseada nessa disposição à co-autoria, à interatividade, requer a morte do professor narcisicamente investido do poder. Expor sua opção crítica à intervenção, à modificação requer humildade. Mas diga-se humildade e não fraqueza ou minimização da autoria, da vontade, da ousadia”.

“Nos livros Pedagogia do oprimido, Educação e mudança, e A importância do ato de ler, Paulo Freire faz críticas à transmissão como sendo o modelo mais identificado como prática de ensino e menos habilitado a educar. Cito algumas: “O professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. Isto forma uma consciência bancária [sedentária, passiva]”.

“P. Freire não desenvolveu uma teoria da comunicação que dê conta de sua crítica à transmissão. No entanto, deixou seu legado que garante ao conceito de interatividade a exigência da participação daquele que deixa o lugar da recepção para experimentar a cocriação”.

“O hipertexto é o novo paradigma tecnológico que liberta o usuário da lógica
unívoca da mídia de massa. Ele democratiza a relação do usuário com a informação gerando um ambiente conversacional que não se limita à lógica da distribuição. Em suma, o hipertexto é essencialmente um sistema interativo materializado no chip permitindo complexidade na informação e na comunicação”.

“O professor contador de história é aquele que centra a comunicação no seu falarditar disparando lições-padrão. É o emissor que atrai o receptor para seu universo mental, para seu imaginário, para sua récita”.


“Então é preciso enfatizar: o essencial não é a tecnologia, mas um novo estilo de pedagogia sustentado por uma modalidade comunicacional que supõe interatividade, isto é, participação, cooperação, bidirecionalidade e multiplicidade de conexões entre informações e atores envolvidos”.

Mapa conceitual - Ler e escrever na cultura digital (Andréa Ramal)